quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O que aconteceu nos protestos?





acompanhei relatos de amigos no Rio de Janeiro que me deixaram de queixo caído. Em um depoimento, uma querida amiga que gostaria de saber o quanto a mídia estava errada foi na manifestação de ontem no Maracanã, e olhem o que ela viu:
“Eu vi uma manifestação pacífica, que pregava a não-violência e entoava músicas de Legião Urbana à Geraldo Vandré. Uma reunião TÃO do bem que foi capaz de se manter SENTADA NO CHÃO, aguardando a negociação com a força policial que nos encurralou já no início da passeata (e não, a negociação não teve sucesso);
Eu vi os manifestantes parados, em paz, quando começou uma chuva de bombas de gás lacrimogênio. Por motivo nenhum, levamos uma saraivada de bombas num local onde a única alternativa de fuga era subir a passarela da estação. Encurralados igual gado, entre as grades da passarela, sob uma nuvem insuportável de gás. Estações de trem e metrô fechadas. Só nos restava ir para o outro lado, onde a Tropa de Choque já nos esperava de “braços abertos”;
Eu vi viaturas policiais atropelando pessoas no posto de gasolina onde alguns manifestantes – entre eles, eu – estavam se refugiando. Tropa de Choque posicionada no alto da passarela da estação, dando tiros de borracha em quem estava no posto como se fosse uma partida de paintball, força policial fechando todas os caminhos e tacando bomba de gás a torto e a direito…;
Eu vi um policial, empunhando um spray de pimenta, pedir para “ir ao banheiro” no posto de gasolina, e simplesmente jogar o spray NA CARA DE TODO MUNDO. Inclusive dos frentistas que estavam trabalhando e, O MAIS CRUEL, na cara de uma criança de cinco anos que estava aguardando para ir ao banheiro. CINCO ANOS.
Eu vi essa criança entrar na loja de conveniência onde estávamos, perdida da mãe, desesperada, assustada, chorando. Uma criança que tinha ido passar um dia agradável com a família na Quinta da Boa Vista e que teve a infelicidade de cruzar o caminho de pessoas que deveriam PROTEGÊ-LO, e não atacá-lo.
Eu vi uma ação extremamente covarde e agressiva, de uma polícia despreparada para lidar com aquilo que deveria ser, por Constituição, o direito de todo cidadão brasileiro: o de se manifestar.”












Em contrapartida, o que vi nos sites de notícia do Rio foi o extremo contrário, e obviamente ninguém explicou o porquê dos vandalismos que ocorreram na Alerj. Felizmente me deparei com esse depoimento:
“(…)Um grupo punk com bandeiras pretas tentou queimar uma bandeira do Brasil e foi duramente condenado. Tomaram a bandeira, apagaram o fogo, a dobraram e cantaram “Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”. Houve discussão e eles foram expulsos da multidão: Seguiram em direção à ALERJ. Pouco depois o grupo do PSTU também marchou para lá e algum tempo depois resolvi ir também. (…) Chegando lá havia gente nas escadarias cantando, ma um grupo de uns 20, talvez, subiram até as portas e começaram a tentar arrombá-las. Eu gritava “Chegamos aqui sem violência, não precisamo de violência agora!”. Um rapaz me convidou a “tomar a Alerj de volta”. Subimos a escadaria e sozinho expulsamos o grupo. Mais 2 se juntaram a nós e “conquistamos o terreno”. Os vidros já quebrados abrigavam uma fileira de policiais da tropa de choque disparando água e spray de pimenta. Sem balas de borrachas ou bombas. Os punks revidavam com malvinas e pequenos explosivos, que quase me atingiram. (…) ”Chegamos aqui sem violência, não vamos estragar tudo agora”. Mas tinham mais alguns, uns 10 talvez, quebrando bancos e fazendo barricadas de fogo na Rua da Assembleia a troco de nada. Não havia polícia. Aliás, havia polícia na Rio Branco e nenhuma viatura se moveu. O Choque não estava e a PM não se movimentou, nem tentou, nem ligou sirene, nem advertiu. Nada. Apenas deixaram que um grupo de 50 pessoas ou menos manchasse a imagem de uma manifestação bonita e pacífica. Tomei gás que não foi direcionado pra mim, desviei de bombas de gente que estava fora do contexto, provavelmente ligados à sindicatos, partidos ou movimento estudantil. (…)”






E o pior que foi isso mesmo que vi nas transmissões ao vivo… Mas será que algum dia nossos pais e avós que não participam de redes sociais conseguirão entender a verdade e a importância desse movimento? Tudo que vi em jornais foi relacionado aos vandalismos e uma emissora chegou a dizer que o protesto foi PAGO para acontecer.






Enquanto o Rio estava em chamas


literalmente, em Brasília, tudo ocorria bem. O pessoal se reuniu no Museu da República e desceu caminhando pela Esplanada dos Ministérios em direção ao Congresso Nacional. Chegando lá o gramado em frente foi ocupado pelo pessoal gritando coisas como “copa do mundo eu abro mão, quero dinheiro pra saúde e educação”! Depois dessa tranquilidade os manifestantes começaram a jogar água nos policiais, mas a maioria estava lá em paz e conseguiram conter essas outras pessoas. Mesmo assim a polícia jogou bombas de gás, mas foram 2 ou 3, sem muito alvoroço.






E aí aconteceu uma coisa que eu tenho certeza que vai entrar para a história. Por alguma brecha da segurança, os manifestantes conseguiram INVADIR o Congresso, subindo nele literalmente. E assim todo protesto ganhou força!!






Teve um corre-corre no início mas com tempo a pressão do lado da polícia/segurança foi cedendo e muita gente conseguiu subir. Depois, talvez por alguma negociação, os manifestantes começaram a descer a rampa do Congresso, novamente dando mais força ao movimento.Já embaixo o pessoal voltou aos gritos de revolução, mudança e insatisfação. Então foi sem violência e emocionante ver tanta gente unida por um Brasil melhor não para um ou outro, mas sim para todos.



Em São Paulo a grande caminhada também foi de paz – e muito bonita. Muitos amigos meus participaram dela e não viram sequer UM ato de violência – mas não posso afirmar que isso é 100% verdade em relação a todo movimento (que ainda nem acabou). Teve inclusive marcha das mães lindas que apoiaram os filhos nessa ideia, sem tomarem os fatos do Jornal Nacional e Veja como verdades absolutas.











Em algumas partes foi tão pacífico que não se via a PM e quando alguns indivíduos quiseram pixar vidro paredes, foram repreendidos pelos próprios manifestantes. Aconteceu até mesmo uma cena de paz onde os manifestantes sentaram em frente aos policiais no destino final e depois de um tempo os policiais se sentaram também



Quanto aos outros locais (como Porto Alegre e Belo Horizonte), não consegui conversar com ninguém =( Mas infelizmente fiquei sabendo que não foi dos mais amigáveis como também aconteceu em uma parte do Rio de Janeiro. Outra coisa legal é que houveram protestos em outros países também, inclusive em Nova York






Lembrem-se de escrever #ChangeBraziL :)

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