sábado, 31 de agosto de 2013

As VÉSPERAS DE UMA GUERRA OBSCENA

Texto de Tariq Ali publicado pelos Outras Palavras
ÀS VÉSPERAS DE UMA GUERRA OBSCENA

Aliados a monarquias medievais, EUA querem ampliar seu poder geopolítico no Oriente Médio: eis o real motivo da escalada contra Damasco

Por Tarik Ali

http://outraspalavras.net/capa/as-vesperas-de-uma-guerra-obscena/



Nos últimos anos a violência na Zona Sul de São Paulo cresceu. É o que dizem as principais organizações da sociedade civil da região.

No dia 5 de janeiro desse ano uma chacina matou 6 pessoas, entre elas o DJ Lah do Conexão do Morro, e feriu outras 9 no Jardim Rosana. "Eventos como esses, em sua maioria, são provocadas por grupos de extermínio, dos quais pouco se conhece a origem." relatam moradores.

“A comunidade tem sofrido muitos tipos de violência nessa região, principalmente contra o jovem negro e contra a mulher; muitas vezes é ocasionada pelo próprio Estado, em forma de violência policial.” diz Thiago Vinicius, da Agencia Popular Solano Trindade.

O projeto "Áreas de Conflito em Transformação", que Thiago ajuda organizar nesse sábado, prima pela conscientização e trabalha para mobilizar, valorizar e fortalecer a comunidade com o que ela tem de melhor: a sua própria cultura, a criatividade e as estéticas da periferia.

CIDADE EM DISPUTA

Moradores do bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte (MG), realizaram hoje pela manhã debate sobre o futuro urbanístico da área e do Mercado de Santa Tereza.

A reforma do Mercado está entre as pautas do COMPUR - Conselho Municipal de Políticas Urbanas e prevê a concessão à FIEMG do terreno e prédio para a instalação de uma escola técnica de peças automotivas. Os residentes do Santa Tereza colocam que não são contrários a implementações de unidades de ensino no bairro, mas questionam o conceito desta proposta, já que seria um incentivo a já saturada produção de automóveis e descaracteriza a área de diretrizes especiais de Santa Tereza.




Manifestantes realizaram ato contra o monopólio da Rede Globo em São Paulo nessa sexta-feira. Confira o álbum do fotógrafo Victor Dragonetti para o Mídia NINJA.




















sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O Black Bloc está nas ruas do Rio de Janeiro, em um percurso pacífico, e se encontram na Lapa. O centro está fortemente policiado apesar de não haver ameaças de conflito.

Acompanhe ao vivo:
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Foto: Leonardo Coelho / Mídia NINJA


"Precisamos investir pesadamente para ter uma comunicação democrática. Se perdermos a internet, perdemos o futuro"



O blogueiro Renato Rovai abre a Plenária Estadual do Comitê Mineiro do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação pelo fomento à Lei da Mídia Democrática. O projeto de lei de iniciativa popular é contraponto ao monopólio e oligarquias formadas por menos de 10 famílias, que detêm a maioria dos meios de comunicação do país.

A homenagem à Waldisney, militante da causa falecido em junho, dá início às atividades na sede do Sindicato dos Professores (Sinpro MG). Jornalista, blogueiro e editor da Revista Fórum, Reinaldo Rovai vai expor as interfaces entre manifestações de junho e a luta por uma mídia horizontalizada.

Acompanhe ao vivo:www.postv.org


Moradores da ocupação Faixa de Gaza marcharam ontem pelas ruas do Morumbi, em São Paulo.

O grupo, composto por 500 famílias, está acampado há 8 dias na zona Sul e reivindica melhores condição de moradia e habitação.

Plantão da Madrugada


> Seguranças da Rede Globo, se identificando como policiais, abordam de forma agressiva manifestantes que realizaram ato de intervenção de Luz no programa SPTV nesta quinta, 29/08/2013 <


Para promover o 2º Grande Ato Contra o Monopólio da Mídia que acontecerá hoje, dia 30, em frente ao prédio da Rede Globo (evento: http://on.fb.me/144CyXD ) nós (Ocupe a Mídia) articulamos a intervenção com lanternas laser projetadas dentro do estúdio do SPTV na edição ao vivo de ontem (quinta dia 29). A ação foi novamente um sucesso e conseguimos ocupar os estúdios da Globo onde Monalisa Perrone apresentava o programa. Já haviamos realizado esta mesma intervenção durante o 1º ato no dia 11 de julho (quando o programa foi apresentado pelo telejornalista Carlos Tramontina).

A intervenção de hoje teve um desfecho que precisa ser relatado.

Após o término do telejornal, dois dos integrantes que realizaram a ação e estavam ainda em cima da ponte Estaiada, foram perseguidos e abordados por três seguranças da Globo de terno e gravata que se apresentaram como policiais. A abordagem ocorreu com agressividade física. Aplicando chave de braço em um dos integrantes, os seguranças proferiram frases como:

- "Aqui é polícia! Ajoelha! Ajoelha! Se não vou te tacar da ponte!"

Nesse instante em que um dos integrantes estava imobilizado e sendo encurralado contra o parapeito da ponte, dois policiais militares em motos da ROCAM chegaram com armas em punho e passaram a comandar a abordagem, ordenando que os manifestantes se deitassem no chão. Foi então que os três engravatados se desmascaram e se identificaram como seguranças da Rede Globo para os policiais.

Outros dois integrantes da Globo apareceram, estacionando um carro cinza em local proíbido no meio da ponte. Em conversa particular com a polícia se apresentaram como autores do chamado. Após obterem o nome dos manifestantes os seguranças se retiraram. A PM se voltou para os manifestantes devolvendo as lanternas lasers e proferindo palavras como: "Eu não duvido nada do ser humano, da próxima vez os caras vão te tacar da ponte mesmo."

É um absurdo que por causa de uma intervenção simbólica que não colocou em risco o patrimônio ou a integridade física de qualquer pessoa, uma empresa com a responsabilidade da Rede Globo atue de forma ilegal, com seus seguranças privados ameaçando de morte cidadãos, utilizando de falsa autoridade e atuando em espaço público, fora dos limites físicos do patrimônio da Corporação.

Isso é só mais uma prova da forma inconstitucional que a Rede Globo atua também por detrás das câmeras, é hora de acabar com essa impunidade. Além de sonegar 615 milhões de reais, são capazes de enviar seguranças para reprimir manifestantes na rua. Capangas que parecem acreditar que estão defendendo uma empresa que trabalha acima da constituição brasileira, agindo como milícia em espaço público.

No final dessa cena, um dos policiais, que estava mais exaltado durante a ocorrência toda, disse mais calmo:

"Eu não queria estar aqui respondendo a um chamado da Globo, vocês sabem muito bem que o Estado e a Mídia são a mesma coisa."

Relatado mais esse tiro no pé da Rede Globo, enfatizamos o convite a todos se mobilizarem para o 2º Grande Ato Contra o Monopólio da Mídia. É HOJE (sexta feira) em frente a essa mesma sede da Rede Globo. A concentração para o ato acontece as 17h na Pça General Gentil Falcão, próximo da estação Berrini da CPTM.

Não nos intimidaremos!
Pela abertura dos Meios! Abaixo aos capangas da mídia!

#GrandeAtoContraoMonopoliodaMidia | #OcupeaMidia

#GloboCollor | #GloboSonega
#MarcoCivilJA | #Internetlivre

#GloboLaser



Resposta do Estado para os Índios

Bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha atingiram 2 crianças indígenas e mais 2 caciques Kaingang nesta tarde em Porto Alegre (RS). Os disparos foram realizados pela tropa de choque da Brigada Militar após a decisão dos índios de ocupar a sede do Governo do Estado.

Eles estão acampados desde ontem na Praça Matriz e hoje exigiram uma resposta substancial acerca da demarcação de terras. Os quilombolas, a maioria idosos, que também estavam na manifestação, sentiram o efeito do gás e precisaram ser socorridos pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.


Ato que saiu da Candelária nesta sexta-feira está na porta da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

 A manifestação é parte da Jornada Nacional de Lutas, que mobilizou sindicatos e movimentos sociais organizados em todos o país. 


OCUPE A MÍDIA

Manifestantes realizam ato contra o monopólio da Rede Globo em São Paulo.

O grupo é formado por diversos movimentos sociais e segue em direção a sede da emissora.

Acompanhe ao vivo: www.twitcasting.tv/redmidia1
                            

Aconteceu nesta sexta-feira, mais um ato contra a grande mídia no Brasil. Em Santa Maria-RS, dezenas de manifestantes reuniram em frente a RBS Santa Maria, filial da Rede Globo na cidade, para protestar contra a manipulação.

Armados de cartazes com dizeres como RBS Mente e gritos pela democratização da comunicação, os manifestantes jogaram lixo na entrada da sede da emissora.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Tiuré Potiguara tem 64 anos e é um dos membros da Aldeia Maracanã. Torturado nos anos 70 pela ditadura militar e forçado ao exílio, o indígena pede que a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça o reconheça como anistiado político.

Ex-funcionário da Funai, Tiuré acompanhava de dentro os interesses dos militares envolvendo diferentes territórios e povos indígenas, além do seu, o que o levou a unir-se à luta.

Reconhecido como refugiado político pela ONU, ele espera que o governo brasileiro admita seu status de anistiado político, mas que seus torturadores sejam julgados.

Seu julgamento - marcado para amanhã - foi cancelado na segunda-feira. Pela terceira vez.

O NINJA conversou com Tiuré na Aldeia Maracanã, há mais de 20 dias retomada pela resistência indígena. Os índios planejam transformar o prédio em uma universidade iterétinica, que abrigaria a Comissão Nacional da Verdade Indígena.

O primeiro juri popular de caso relacionado à homofobia em Minas Gerais foi condenado ontem em Belo Horizonte

Ricardo Athaíde, o réu condenado a 14 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado, contou detalhes sobre como o crime aconteceu durante o julgamento. Segundo ele, na madrugada de 1º de março de 2012, conheceu Igor Xavier em um bar, a partir de uma roda de conversa sobre filosofia. Depois disso, o acusado levou a vítima para seu apartamento a fim de lhe emprestar alguns livros sobre o assunto. Chegando lá, pediu para que Igor o aguardasse na sala, acionando seu filho, Diego Athayde para que lhe fizesse companhia.

Então se dirigiu a cozinha, quanto voltou, disse que viu Igor molestando seu filho - ato que, segundo Ricardo o deixou atordoado a ponto de apanhar duas armas e disparar cinco tiros fatais. Ricardo ainda falou sobre a remoção do corpo do apartamento, fuga e desova em uma estrada de terra.

Também acusado pelo crime, Diego Athayde, hoje com 28 anos, relatou sua participação. Em resumo, confirmou a versão apresentada pelo pai e garantiu que não efetuou nenhum disparo, sendo apenas responsável pela limpeza dos rastros de sangue a medida que Ricardo carregava e arrastava o corpo. Diego foi absolvido em pedido tanto da defesa quanto da promotoria.

A sessão aconteceu no Fórum Lafayette e foi presidida pelo juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes. A defesa anunciou que irá recorrer da sentença sob o argumento de que o caso teria de ser julgado em Montes Claros, cidade onde ocorreu o crime, justamente por conta das realidades culturais, que justificariam o assassinato.

Gato e rato

Momentos antes de serem rendidos pelos policiais militares, manifestantes correm para tentar escapar das agressões proferidas com cassetete. O ato Fora Cabral, no dia 27 de agosto, foi um dos mais violentos do Rio de Janeiro nos últimos dias. 

Rendidos

De cara no chão, manifestantes são detidos para revista pela Polícia Militar durante o ato Fora Cabral no Rio de Janeiro. Momentos antes de serem rendidos, eles estavam em linha com escudos precários de madeira, resistindo ao repressão policial.

Na parede, os dizeres

"Não sou de guerra, mas luto pela paz"

Estado Criminal

Polícia Militar agride com brutalidade uma mulher que no chão, é atacada por mais de 5 oficiais. Diversos outros casos de abusos da força policial foram denunciadas na noite de 27 de agosto no Rio de Janeiro.

RAIO-X DA INDIGNAÇÃO


Essa é a chapa do crânio da moça que levou um tiro na cabeça quando estava no Largo do Machado, Rio de Janeiro.

Durante a repressão da Polícia Militar ao ato Fora Cabral, a jovem foi alvejada por uma arma de sinalização com tinta. Parte do projétil feito de acrílico foi encontrado na cabeça da jovem, que não quis se identificar.

Ônibus e agência apedrejados na Lapa.



Depois de repressão ao ato Fora Cabral nas Laranjeiras, a manifestação se dirigiu ao bairro da Lapa, no Rio de Janeiro.

O Black Bloc é uma tática de protesto que surge para proteger os manifestantes comuns, se colocando na linha de frente contra a repressão policial.

Uma agência do Banco Itaú teve suas vidraças apedrejadas porque, por ideologia, o Black Bloc busca atacar símbolos do capitalismo. Já o veículo representa a indignação dos manifestantes com a incerteza da CPI dos Ônibus, que julgam ilegítima.

TRINCHEIRAS NA LAPA

Os detidos hoje no ato Fora Cabral, no Rio de Janeiro foram levados para diferentes delegacias na noite de hoje, em uma possível tática da PM ainda não vista nos protestos.

Na Lapa, bombas, balas de borracha, surras de cassetete da PM e Black Bloc armando trincheiras.
Agressão física de cassetete deixa ferimento em um dos manifestantes detido no ato Fora Cabral no Rio de Janeiro. A imagem foi feita após o rapaz que não quis ser identificado, ser liberado na 5ª DP, onde ainda estão 3 adolescentes e 1 maior de idade.

Vários pessoas sofreram outras lesões corporais durante a repressão policial nessa noite. Cerca de 10 manifestantes foram levados para 17ª e 19ª DP.

Garota sofre agressões físicas em repressão policial ao ato Fora Cabral no Rio de Janeiro. A moça disse ter recebido socos e chutes por parte da Polícia Militar e, sem poder andar, foi carregada por outros manifestantes.

(ontem Os 4 detidos estão na 5ª DP e segundo a PM outros estavam a caminho da 17ª e da 19ª.)

cápsulas foram encontradas na Rua das Laranjeiras.

Além das diversas denuncias registradas hoje, como a de uma mulher atingida na testa com bala de borracha e dois rapazes serem agredidos com cassetetes na cabeça, balas de armas letais foram encontradas.

O ato Fora Cabral começou por volta das 19h, após concentração na Rua São Salvador rumou para o Palácio Guanabara. A repressão foi quase imediata a chegada dos manifestantes, que dispersaram após ação policial.


Rua das Laranjeiras com esquina da Pinheiro Machado, momentos depois da chegada e repressão aos manifestantes do ato Fora Cabral, no Rio de Janeiro.

Muitas denúncias foram feitas ao vivo, de agressões físicas por parte dos policiais, que chegaram usar cassetete e taser, além das bombas de efeito moral e balas de borracha.


terça-feira, 27 de agosto de 2013

Projéteis de 38 mm foram encontrados no alto do Cosme Velho, um dos pontos onde os manifestantes se reagruparam depois de forte repressão ao ato Fora Cabral, no Rio de Janeiro.

Nesse momento a manifestação se divide em direção ao Largo doMachado e a 9ª DP.


Acontece agora no Viaduto Santa Tereza em Belo Horizonte um aulão sobre orçamento público e formas de participação popular.

O encontro é fruto da articulação do GT de Reforma Política da Assembleia Popular Horizontal :: Belo Horizonte que, percebendo a necessidade de um aprofundamento sobre o assunto convida Gláucia Barros pra falar do tema. A iminência do debate vem ainda da marcação de uma Audiência Pública foi convocada pela Câmara Municipal de Belo Horizonte onde a Prefeitura de BH terá que prestar contas e apresentar os planos de metas no dia 28 de agosto, audiência essa conseguida através da última Ocupação da Câmara.

Repressão violenta no ato Fora Cabral, no Rio de Janeiro. Além de muitas balas de borracha e bombas de efeito moral os policiais militares agrediram manifestantes com cassetes.

O Black Bloc reagrupa a manifestação na Pinheiro Machado próximo ao Palácio Guanabara.

Acompanhe e compartilhe, ao vivo:http://twitcasting.tv/blackninjarj

No Largo do Machado primeiras bombas e disparos de balas de borracha.

A caminho do ato Fora Cabral e a Farsa Eleitoral, no Rio de Janeiro, manifestantes são detidos pela Polícia Militar para revista. Alguns deles disseram ter a máscara tirada para serem fotografados pelos oficiais em armadura sem identificação.
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Muita gente insiste em encarar o êxito de um jovem da periferia sob uma lógica demagóca. Douglas Din, bicampeão do Duelo de MCs Nacional, carrega em seu histórico alguns dos elementos clássicos de um herói idealizado em um imaginário pautado pela segmentação irreversível das classes sociais, que enxerga o mundo de cima para baixo.

Ele é negro, morador do Aglomerado da Serra - a segunda maior favela do Brasil - e segundo ele, se livrou de um "rumo meio desastroso" por conta de seu envolvimento com a cultura Hip Hop. Como se não fosse o suficiente, sua filosofia de vida quase teocêntrica o insere numa narrativa moralista, semelhante à de Davi - aquele personagem bíblico, o menor de sua pobre casa, desbravador do gigante Golias e que, após provações, se tornou rei de Israel.

Nenhuma das características apresentadas desqualificam a construção de luta feita por Doulgas Din, desde os 12 anos de idade, quando surgiu o interesse pelo Rap justamente pela identificação com letras que musicavam a realidade nas periferias.

Só que Din não tem medo de fugir. Não vai se abster de virar mainstream, assume decisões pouco pensadas, tem planos ambiciosos de subverter as máscaras do mercado fonográfico e nem mesmo se polpa de rebater as críticas quanto a legitimidade de sua vitória no Duelo de MCs Nacional 2013.

Douglas chegou sorrindo, pediu objetividade - ainda tinha que buscar o celular perdido no último domingo enquanto era erguido pela multião eufórica. Sereno, poético, mas rasgante, ele compartilhou com o NINJA sua visão otimista sobre legado do coletivo Família de Rua, principal articulador da cena Hip Hp em Belo Horizonte. Também falou de transformação social e deu pistas do que mais, a curto prazo, podemos esperar de seu talento.

Confira a entrevista na íntegra:

Desde quando você se interessa pelo Hip Hop?
Na verdade eu me interesso e ouço Rap desde os 12 (anos), escrevo desde os 14, e depois do surgimento do Duelo (de MCs) é que eu pude exercer o que é minha profissão, saca. Basicamente a coisa começou em 2007, pra valer.

Você acha que sua vivência na periferia exerceu alguma influência no seu interesse pelo Hip Hop?
Não que eu não ouvia outros estilos musicais, mas foi o Rap que tocou mesmo. Que me incentivou a transcrever ali, a passar para o papel a minha história. Eu acho que é isso - a similaridade de histórias.

E o Hip Hop como cultura de resistência, o que você tem acrescentar pra gente?

É muito complicado quando se fala em Hip Hop pra galera que é mais nova, assim. Porque até um tempo atrás eu não conhecia a história real do Hip Hop e, depois que eu passei a conhecer, eu o entendi muito mais como um estilo de vida muito além da própria resistência, mas falando da vida como um todo, em qualquer contexto, em qualquer lugar, em qualquer situação. Eu acho que o Hip Hop é muito mais completo e essa face da resistência deu uma sumida em vista da necessidade de fazer disso uma profissão. O mercado pede outras temáticas, pede que você fale de outro jeito, que seu discurso seja outro, que seja mais eleve. Então, a face da resistência - aquela mais protestante, aquela mais crítica e mais ácida - deu uma esfriada.

Você acha que o Duelo de MCs reafirma essa face de resistência no Hip Hop?

Com certeza. O Duelo passou por várias fases e algumas pessoas, durante algum tempo, sugeriram, em conversa comigo assim, numa conversa do dia a dia, que o Duelo deveria ser feito em Casas fechadas, em casas de shows, pra que não tivesse problema, que não tivesse confusão. A postura do (coletivo) Família de Rua, nesse instante, foi justamente o contrário. De manter o Hip Hop na rua, onde todos teriam acesso. Entendendo que a cultura Hip Hop significa pra galera que ainda não conhece, que vai conhecer, pra quebrar essas barreiras. Você coloca isso numa casa de shows, vai virar uma festa como qualquer outra. Uma festa de boate. E é disso que nasce a resistência - do acesso livre mesmo.

Você tem uma experiência pessoal, uma experiência prática, do Hip Hop como cultura de resistência influenciando em alguma coisa na sua vida?

O discurso que estava lá nas letras de rap, de onde veio essa identificação, ele foi muito importante pra eu tomar consciência de várias coisas. Não foi um discurso vazio, foi em vão, o que eu eu ouvi, eu consegui assimilar parte, absorver parte. E essa parte foi super transformadora, sim. Mas essa face da resistência, essa face do protesto, essa face da crítica construtiva, foi a que me tirou de um rumo meio desastroso - e que está presente, muito presente, na minha comunidade. A galera que está lá sofre com isso.

Você é bicampeão agora do Duelo de MCs Nacional, e as portas devem estar se abrindo pra você justamente por esse reconhecimento dentro da cultura Hip Hop. Se apresentassem uma proposta de mercado, você cederia? Qual seria o seu posicionamento frente ao mercado?

Muita gente fala dessa questão com certo receio, são até contra falar dessa coisa de mercado. Mas, eu me acho bem inteligente em fazer algo da hora, algo inteligente, algo que toque em vários. Se eu precisar de dinheiro, vou trabalhar numa boa, sim. Se vier uma proposta da hora, eu vou usar minha inteligência para poder subverter essa lógica que o mercado pede - mais amena - e vou tentar fazer uma parada da hora com consciência.

Você falou de suas referências que estão representando na cultura Hip Hop. Quais são elas?

Atualmente, eu posso citar umas três. Uma, é o cara que me inspirou nessa coisa de freestyle e hoje é a maior vitrine que eu tenho - que é o Emicida. Uma outra pessoa, a qual tive a oportunidade de ver o show três vezes, a última no Duelo de MCs Nacional, é o MC Marechal. Tem também uma outra galera que não é daqui, é do interior de São Paulo, chama Síntese. Esses três me fizeram mudar de rota em relação ao que eu estava seguindo.

Como você enxerga a ocupação dos espaços públicos com atividades que reafirmam a cultura de periferia na rua?

Muito legal pra quem vê, um trabalho necessário, mas penoso pra quem faz acontecer. Quando o coletivo Família de Rua começou a se preparar mentalmente e se organizar politicamente, a coisa fluiu. Isso foi uma coisa gradual, e a gente também teve se colocar em nosso próprio lugar e rever nossos conceitos. A gente tinha que ter uma fala que servisse para discursar num seminário, na rua e na boate. Aprendemos na rua. Quando a gente chega na rua e vê um bagulho que pode parecer livre, que você pode fazer o que quiser - não. Começamos a ver que esses espaços pediam mais educação, mais organização, mais entendimento político da nossa parte. É isso que torna legítimo e torna mais sólida toda a conquista. Quanto mais a gente se organizar, entender das leis que regem o país, seguir as leis do nosso coração, melhorar nosso vocabulário e expandir a ideia, mais pessoas vão chegar e assimilar isso com maior facilidade. Entendendo que nosso discurso está melhor, que podemos conversar com político, com um mendigo - pode conversar com um irmão, com os amigos, enfim, com o pai, de uma forma diferente. Vamos alcançar outros lugares e ocupar novos espaços.

A gente quem?

Todos nós. Desde o molequinho na periferia que, quando vê o vídeo na televisão do mano que mora do lado, acha da hora, até o playboy que não compreendia o moleque da periferia. Somos todos nós mesmo: o religioso, o não religioso, o que acredita em Deus ou, sei lá, em Krishna.

Qual é o legado construído pelo Duelo de MCs para outras atividades e iniciativas culturais de Belo Horizonte?

Eu já tive a oportunidade de ir com o coletivo Família de Rua para discursar e fazer rima em seminário, em escola. Teve um projeto da irmã do Chico Buarque - acho que chama Universidade das Quebradas. Eu fui com eles para entender o assunto e fazer o assunto em rima improvisada. É esse tipo de interação que nos fortalece. A educação, fora a arte, essa não tem igual. Esse é ponto chave da coisa. Fora da arte é, por exemplo, um moleque que está dentro de uma escola particular, e ele passa a vida toda andando do outro lado da calçada. Ele passa a vida toda dentro de uma roda de amigos. Não conhece a favela, ou se conhece, só pelo noticiário. Talvez noticiário veja, não quer mesmo saber da favela. Ele não é obrigado, ninguém é obrigado a ver. Mas quando ele enxerga um cara na escola dele, no microfone, fala da favela, ele vê que aquilo é um bagulho da hora. Isso é fora da arte, isso é extra arte mesmo. É você enxergar a pessoa como ser humano mesmo. Eu gostaria que o Duelo, com todas essas contribuições, com todos esses comparecimentos e apresentações, tocassem as pessoas de uma forma a enxergar talentos em potenciais.

Como você encara a conectividade dentro do Duelo de MCs Nacional, com a interação de mestres de cerimônia de 8 cidades diferentes?

Por enquanto a gente só tem representante do norte, não temos do sul. Norte e sudeste. Eu já conhecia os baianos - eu já tinha ido lá (na Bahia). Não tinha conhecido um paraense. Pra mim é tudo extrarte. É uma questão de cultura mesmo. Eu disse pra ele (ao paraense) que as pessoas que não o conheceram, de cara, reconhecem o lugar de onde ele vieram. Essas trocas são muito boas. Mas se for falar no meio profissional mesmo, ainda não tenho experiência pra falar.

Eu me referia à parte profissional também, mas queria saber sobre a cultura Hip Hop de vários lugares conectados. Como você visualiza essa junção?

Sem essa fita de campeão, depois de um tempo eu passei a enxergar as paradas mais de uma forma uniforme. As diferenças não vêm do Hip Hop - que continua o mesmo. A questão é a pessoa.


Você tem mais alguma coisa pra contar sobre suas duas grandes experiências no Duelo de MCs Nacional?

Nunca tinha acontecido essa história de bicampeão nacional de freestyle. Muita gente tentou e não consegui ser campeão duas vezes. Eu sou um cara que acredito muito em Deus e, independente da visão das pessoas, eu dou todo o crédito a Ele. E essa coisa de Duelo é um passo também. Vivi seis anos disso, um desafio feliz. Ano passado foi muito bom, mas eu não me sentia preparado. Hoje eu me sinto pronto para mudar de rota, me dedicar à escrita. Freestyle hoje em dia é vitrine.

Conta mais sobre essa sua mudança de rota

No ano passado, quando eu ganhei (a última edição do Duelo de MCs Nacional), investi todo o dinheiro - sem tirar nenhum centavo - na produção de um disco. Só que eu cometi um erro: não ter todas as composições prontas antes de ir para o estúdio, tive que escrever durante o processo. Daí não consegui terminar em um tempo menor. Esse disco que eu gravei ano passado vai ser lançado, mas antes tenho outros planos. Uma nova direção. Eu tenho uma missão sagrada, quero me dedicar a escrita.

Essa sua imersão na escrita se dá em que tipo de projeto, algum não necessariamente musical?

É música.

Você pensa em participar do Duelo de MCs Nacional do ano que vem?

Pode ser que eu mude de ideia, mas não. Não é por falta de vontade, é que eu posso estar tirando a oportunidade de alguém. Porque freestyle é realmente uma vitrine.

Qual é o seu posicionamento a respeito dos questionamentos à legitimidade da sua vitória?

Eu conversei com o menino que batalhou comigo, eu já conhecia ele. Eu entendo o seguinte: se você pode mudar a situação fazendo seu julgamento, então julgue. Só que eles têm consciência de que eles não podem fazer isso, e o que foi, foi. Então, eles fazem isso pra alguém se sentir mal, pra eu me sentir mal, ou para os juízes, ou qualquer um que estivesse trabalhando na organização.


EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA

Centenas de manifestantes estão agora em frente a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro - ALERJ. Os professores da rede pública de ensino do estado, se dirigiram para a ALERJ para levar suas reivindicações e também se solidarizar aos estudantes e professores das universidades particulares que acompanham a sessão responsável por analisar o relatório da CPI do Ensino Privado.

Abaixo segue o manifesto:

"CONTRA OS DESTAQUES DA IMPUNIDADE

O movimento de professores, estudantes, pais e funcionários de IES (Instituições de Ensino Superior) privadas do Rio de Janeiro, vêm através deste, manifestar total repúdio aos destaques apresentados pelos deputados André Corrêa (PSD), LÍDER DO GOVERNO CABRAL e o deputado, Edson Albertassi (PMDB), ao relatório da CPI do ensino superior privado da ALERJ.

Ambos os destaques são no sentido de suprimir o encaminhamento ao Ministério Público dos indiciamentos criminais de todos os mantenedores, assegurando a impunidade dos crimes como estelionato, apropriação indébita, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, entre outros crimes cometidos contra comunidades acadêmicas de diversas IES privadas.

Levando em consideração que nessa luta existem apenas dois lados, o lado das mantenedoras e o lado do povo, exigimos que todos os deputados estaduais, votem contra os destaques dos deputados acima citados, que já deram clara demonstração de que o compromisso destes é com o capital e não com a educação."

Leia aqui o relatório da CPI: http://www.robsonleite.com.br/wp-content/uploads/2013/08/REL.FINAL_.UNIV_..pdf

sábado, 24 de agosto de 2013

As 14:00 de hoje cerca de 40 policiais entraram na Câmara de Niterói (RJ) e exigiram a saída de seus ocupantes, mesmo sem um oficial da justiça. A reintegração de posse oficial saiu ontem.

Agora, do lado de fora, os manifestantes aguardam a chegada do delegado para retirada dos seus pertences que ainda estão dentro da câmara, enquanto os policiais fazem uma barreira em volta do prédio. Três advogados já estão presentes.


Niterói - 40 policiais agora barrando a porta da Câmara da cidade. Lá dentro estão os pertences das pessoas que estavam na ocupação, que agora aguardam o delegado.

Assista ao vivo:http://twitcasting.tv/midianinja_rj


ROUBARAM MEU DIREITO

Essa é a Cláudia. Ela tem 35 anos, é moradora de rua há 26, desde quando se mudou de Curitiba para o Rio de Janeiro atrás do sonho de conhecer a Xuxa. Cláudia tem duas "filhas de estupro", mas não gosta de falar sobre isso, porque às vezes chora. Perdeu o pai antes de nascer.

No dia 19 de agosto, a tropa de choque da Polícia Militar do estado do Rio de Janeiro chamou Cláudia de travesti e a despiu, deixando-a nua em meio à multidão. "Me senti violentada", mais uma vez. Em um momento em que a cidade passa por três ocupações simultâneas, diz sentir-se acolhida nas ruas, respeitada. "Tô me transformando em uma revolucionária".

No dia 22, Claudia diz que lavou a alma. Durante a sessão da CPI dos Ônibus na Câmara Municipal do Rio, do alto das galerias e em meio aos manifestantes, Cláudia retirou o tênis direito e o arremessou em direção a Chiquinho Brazão, presidente da Comissão.

No fim da sessão, descalça na praça da Cinelândia e com o tênis esquerdo em mãos, Claudia diz: "Eles roubaram meu direito". Ganhou um par de tênis novos doados por quem assistia sua história pela transmissão ao vivo.


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

GENTE DÊ UMA OLHADA NO JORNAL NACIONAL AGORA, EM PERNAMBUCO QUEM MANISFESTAR COM MÁSCARA SERÁ DETIDO 

"A veja manipula, black bloc vai pra rua"

Assista #aovivo ato contra revista Veja em São Paulo, via NinjaBza:  http://twitcasting.tv/midianinjaspbza

VEJA em chamas

Black blocs queimam exemplar da Revista Veja durante ato no Largo da Batata, em São Paulo. A manifestação foi motivada pela revista dessa semana, que trouxe matéria criminalizando a ação Black Bloc e foi considerada ofensiva pelo grupo.

Os manifestantes devem seguir em direção a sede da Editora Abril.


"Não sei como alguém que comete esses atos de tortura consegue olhar nos olhos de seus filhos."

Zé Maria, 87 anos, que participa da aula pública sobre ditadura no Rio de Janeiro e conta sua experiência na militância de esquerda na época dos generais.

O senhor, que ao pegar no microfone se apresenta como Amarildo, diz ainda: "estou assistindo a movimentação do povo brasileiro e há que ter uma estratégia para o futuro, há que se derrubar a classe dominante que ai está, opressora, aliada ao exercito genocida."

Depois de emocionar quem acompanhou sua aula, Zé conclui "nada mais vai impedir que haja uma revolução no brasil". É ovacionado pelos participantes.


Pixo Limpo

Manifestantes aproveitam o bloqueio do túnel Zuzu Angel, no Rio de Janeiro terça feira, para deixar mensagens de protesto limpando as paredes.

Ato contra o extermínio da população negra deixou a Favela da Rocinha e segue em direção ao Leblon.

Cerca de uma centena de pessoas foram às ruas de Belo Horizonte no dia 20/08 para manifestar contra extermínio da juventude negra no Brasil.

O movimento na capital mineira está conectado com a Favela da Rocinha, Rio de Janeiro, onde a mesma marcha busca mostrar que a população não esqueceu as chacinas da candelária e da Maré, bem como o assassinato do servente de pedreiro Elenílson Eustáquio da Silva no Aglomerado da Serra e que ainda busca respostas sobre Amarildo

A manifestação saiu da Praça da Estação e subiu até a Praça Raul Soares, onde acontece agora a reunião do GT de Direitos Humanos da Assembleia Popular Horizontal de Belo Horizonte.

Ato contra o extermínio da população negra se encontrou ocupação em frente a casa do Governador Sergio Cabral(20/08) . O grupo agora segue em direção a casa do Secretario de Segurança José Beltrame.

Ato contra o genocídio negro no Rio de Janeiro realiza intervenção artistica em frente a casa do Secretario de Segurança José Beltrame.